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Mostrando postagens de julho, 2024

CRISE DE 1929 NO BRASIL E A REVOLUÇÃO DE 30

  Getúlio Vargas foi o presidente com maior tempo governando o Brasil. Na primeira passagem presidiu o país de 1930 a 1945 e, depois, de 1951 a 1954. CRISE DE 1929 NO BRASIL E A REVOLUÇÃO DE 30 Por Marcos Faber Desde a Proclamação da República em 1889, a política brasileira esteve nas mãos das oligarquias paulista e mineira que se alternavam na presidência do país. A política do  café com leite  (como ficou conhecida) privilegiava os interesses dos grandes produtores de café em detrimento das elites agrárias do nordeste e sul do país. Em contrapartida, a Crise de 1929 colou em xeque a economia agroexportadora brasileira, pois Estados Unidos e Europa deixavam de importar o café brasileiro. Debilitada, a elite cafeeira começou a ser contestada. Para piorar, liderados pelo presidente Washington Luís, os paulistas romperam o acordo que tinham com os mineiros, abandonando o rodízio de poder. Insatisfeitos os líderes das oligarquias de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba lanç

PROGRAMA DE AÇÃO ECONÔMICA DO GOVERNO (PAEG)

Presidente Castello Branco discursando em Brasília . PROGRAMA DE AÇÃO ECONÔMICA DO GOVERNO (PAEG) Por Marcos Faber O Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG) foi o primeiro plano econômico do governo brasileiro após o Golpe-Civil-Militar de 1964. Criado em meio a uma ditadura, o plano não tinha por interesse favorecer as classes baixas da sociedade brasileira, já que elas estavam impedidas de protestar contra qualquer medida governamental. Com isso, o PAEG nasceu com o objetivo de atender a cinco focos principais: ·           Combater a inflação (que, em 1964, era muito alta); ·           Aumentar os investimentos estatais (principalmente em infraestrutura); ·           Reformar o Sistema Financeiro Nacional; ·           Diminuir as desigualdades regionais (Norte-Sul); ·           Atrair investimentos externos. Para o governo da época, a inflação era o resultado do excesso de demanda (consumo) que havia no Brasil. Assim, o plano previa a diminuição do consumo no p

OS ESTADOS UNIDO NO ENTRE GUERRAS: O AMERICAN WAY OF LIFE E A CRISE DE 1929

  O período que compreende o início da Primeira e o fim da Segunda Guerra ficaram caracterizados pela ascensão dos Estados Unidos da América como uma grande potência econômica e militar. Mas não somente isso, os estadunidenses passaram a influenciar a cultura mundial com seus ícones pop. Acima, quadrinho do Capitão América socando o rosto de Adolf Hitler. OS ESTADOS UNIDOS NO ENTRE GUERRAS: O  AMERICAN WAY OF LIFE E A CRISE DE 1929 Por Marcos Faber O fim da Primeira Guerra Mundial possibilitou uma nova configuração na geografia mundial. Enquanto algumas nações deixaram de existir, outras conquistaram a independência (entre elas dezenas de ex-colônias africanas). Os tratados assinados após Guerra, especialmente o assinado em Versalhes (Tratado de Versalhes - que estabeleceu as punições à Alemanha), não trouxeram paz ao mundo, ao contrário disso, mantiveram acesas as rivalidades anteriores à guerra, para piorar, no caso alemão, levaram à radicalização. Entretanto, o período Entreg

O PRIMEIRO CICLO SISTÊMICO DE ACUMULAÇÃO: O CAPITALISMO GENOVÊS

Foto tirada nos dias de hoje de uma praia na cidade italiana de Gênova. O PRIMEIRO CICLO SISTÊMICO DE ACUMULAÇÃO: O CAPITALISMO GENOVÊS Por Marcos Faber O capitalismo financeiro genovês desenvolveu-se (século XIV) sob o impacto das mesmas circunstâncias sistêmicas do capitalismo financeiro de outras cidades-Estados italianas - especialmente Milão, Florença e Veneza. À medida que se intensificavam as pressões competitivas e que houve uma escalada na luta pelo poder, o capital excedente, que já encontrava investimentos lucrativos no comércio, foi mantido em estado de liquidez e usado para financiar a crescente dívida pública das cidades-Estados, cujo patrimônio e receita futura foram mais completamente alienados do que nunca a suas respectivas classes capitalistas. Com a fundação da Casa di San Giorgio em 1407, em Gênova, criou-se uma instituição de controle das finanças públicas por credores privados, ocorrendo 3 séculos antes do Banco da Inglaterra. As raízes da excepcionalidade genov