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PROGRAMA DE AÇÃO ECONÔMICA DO GOVERNO (PAEG)

Presidente Castello Branco discursando em Brasília.

PROGRAMA DE AÇÃO ECONÔMICA DO GOVERNO (PAEG)

Por Marcos Faber

O Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG) foi o primeiro plano econômico do governo brasileiro após o Golpe-Civil-Militar de 1964. Criado em meio a uma ditadura, o plano não tinha por interesse favorecer as classes baixas da sociedade brasileira, já que elas estavam impedidas de protestar contra qualquer medida governamental.


Com isso, o PAEG nasceu com o objetivo de atender a cinco focos principais:


·          Combater a inflação (que, em 1964, era muito alta);

·          Aumentar os investimentos estatais (principalmente em infraestrutura);

·          Reformar o Sistema Financeiro Nacional;

·          Diminuir as desigualdades regionais (Norte-Sul);

·          Atrair investimentos externos.


Para o governo da época, a inflação era o resultado do excesso de demanda (consumo) que havia no Brasil. Assim, o plano previa a diminuição do consumo no país. Para isso, foram adotadas medidas de restrição ao crédito e diminuição da emissão de papel moeda.


A repressão às oposições facilitou a implantação do PAEG.

Quanto à Reforma do Sistema Financeiro, foram criados o Banco Central (o “banco dos bancos”, responsável pela emissão de papel moeda e pelo controle das operações de comércio exterior do país) e o Banco Nacional de Habitação (BNH), este último tinha por objetivo atender ao problema de moradia do país.


Auxiliado pelo contexto internacional, o PAEG obteve relativo sucesso, conseguindo combater a inflação, gerando a estabilidade econômica que permitiria o “milagre econômico” do início da década de 1970.


Porém, como afirmou Delfim Neto, então ministro da fazenda, “o bolo tinha que crescer para ser dividido”, algo que nunca ocorreu, pois a crise internacional do petróleo de 1973 produziu o ambiente para a volta da inflação.


Delfim Neto.

Acreditando que a crise era passageira, o governo buscou superar a crise no financiamento internacional, ou seja, aumentando a dívida externa do país. Medida que se mostrou trágica, já que a crise foi mais longa do que o governo brasileiro pressupunha.


Mas os efeitos da crise seriam ainda mais sentidos na década de 1980. Quando a inflação bateria recordes anuais em seus índices. Era o fim do sonho do governo militar de um “Brasil Grande Potência”, ao menos enquanto a ditadura fosse mantida.

 



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