O ILUMINISMO
Por Marcos Faber
Contexto Histórico
O Renascimento ao incentivar a separação entre o pensamento baseado na fé (religioso) e o pensamento baseado na razão (ciência) determinou profundas transformações no modo de pensar e agir do homem.
A isso se seguiu um movimento intelectual que abalaria as estruturas sociais da
Europa e do mundo Ocidental, o Iluminismo.
O Movimento Iluminista
representava a ascensão dos ideais de uma classe específica: a Burguesia.
Os precursores do Iluminismo
O racionalismo (pensamento
com base na razão) e o liberalismo foram dois movimentos intelectuais que em
muito contribuíram para o pensamento iluminista. Os principais pensadores
destes movimentos foram:
René
Descartes (1596-1650) – partia do princípio de que tudo deveria ser
questionado e que somente aquilo que a razão poderia explicar era verdadeiro.
Descartes acreditava que o conhecimento deveria partir de ideias que estavam no
interior do próprio homem. A frase “Penso, logo existo” sintetiza seu
pensamento.
John
Locke (1632-1740) – foi um ferrenho opositor do Absolutismo (poder
centralizado pelo rei). Para ele o homem tinha alguns direitos naturais
(direito à vida, à liberdade, à propriedade) que deveriam ser assegurados por
uma Constituição. Ao contrário de Descartes, Locke acreditava que o
conhecimento era adquirido somente pela experiência, ao nascer o homem era como
uma “tabula rasa”.
Isaac
Newton (1642-1727) – procurou dar uma explicação científica a toda
natureza. Para ele todos os fenômenos da natureza eram regidos por leis
próprias (Leis da Física) e o papel da ciência era o de descobrir essas leis.
Estes pensadores colocaram
em xeque a forma de pensar de sua época. Tanto a Igreja quanto os reis
absolutistas passaram a ter seu prestígio e poder questionado pelo povo e,
principalmente, pela burguesia.
No início do séc. XVIII, a
burguesia europeia já havia se transformado numa forte e rica classe social.
Porém, ainda sem acesso ao poder político que continuava nas mãos dos reis. As ideias
iluministas surgiram neste contexto como resposta aos problemas concretos
enfrentados pela burguesia, tais como a intervenção do Estado na economia e os
limites de sua atuação política.
Inspirados no Renascimento,
os iluministas propuseram uma sociedade centralizada no ser humano, e para
isso, pregavam que este homem necessitava de direitos que lhe garantissem
acesso à liberdade (inspiração em Locke).
Pouco a pouco essas ideias
foram sendo difundidas nos salões parisienses. Sendo que a principal arma de
divulgação dos ideais iluministas foi a literatura impressa, principalmente a “Enciclopédia”
editada por Denis Diderot e Jean D’Alembert, esta obra contou com a
participação de vários intelectuais da época que tinham em comum a oposição ao
Absolutismo e à Igreja.
Os principais filósofos Iluministas
Montesquieu (1689-1755)
Em sua principal obra “O Espírito das Leis”, Montesquieu analisa as principais
formas de governo (despotismo, monarquia e república), sua ênfase recai na
monarquia parlamentarista. É nesta obra que Montesquieu afirma que é necessária
a separação dos poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário). Após a Revolução
Francesa, suas teorias influenciaram na formação dos Estados europeus e na
constituição dos Estados Unidos da América.
Voltaire (1694-1778)
Foi o mais importante dos iluministas franceses. Era um ferrenho crítico da
Igreja e do Absolutismo. Por suas críticas foi exilado na Inglaterra, de onde
escreveu uma de suas principais obras: “Cartas Inglesas”.
Apesar de monarquista, Voltaire pregava a
necessidade de participação política por parte da burguesia. Pois somente desta
forma seria garantida a liberdade política e religiosa. Após a Revolução
Francesa, sua obra influenciou boa parte dos Déspotas Esclarecidos.
Jean Jacques Rousseau (1712-1778)
Foi o mais radical dos iluministas. Criticava tanto a monarquia quanto a
sociedade burguesa, sua posição era de defesa às classes populares. Pregava uma
sociedade justa onde todos seriam iguais. Essa sociedade seria governada pela
soberania do povo. Ao contrário dos outros iluministas, Rousseau acreditava que
a propriedade privada corrompia o homem. Para ele os homens deveriam assinar um
Contrato Social onde estariam se sujeitando a vontade da maioria.
A liberdade de expressão era uma das principais defesas dos iluministas franceses. Acima, tirinha do cartunista Scabini.
Consequências
Os iluministas foram os
influenciadores dos movimentos sociais que depois se transformariam na
Revolução Francesa.
Muitas revoluções foram influenciadas
pelas ideias iluministas: Revolução Francesa, Revoluções pela independência na
América Latina, Independência dos EUA, Revolução Farroupilha, Inconfidência
Mineira, entre muitas outras.
Muitos reis europeus ao sentirem-se ameaçados pelas ideias iluministas, pois temiam perder seus reinos, aderiram às ideias do movimento, estes reis ficaram conhecidos como Déspotas Esclarecidos.
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