Brasília
seria inaugurada em 1961 por Jucelino Kubitschek seu idealizador.
O
POPULISMO: VARGAS, JUCELINO KUBITSCHEK, JÂNIO QUADROS E JOÃO GOULART
Por Marcos Faber
Introdução
O Populismo não é um sistema de governo, mas uma forma de
governar. Os políticos populistas utilizam de vários expedientes para obter o
apoio do povo. Pois o populismo não existe sem que exista uma grande
popularidade e carisma do líder. Para isso, o político populista utiliza de uma
linguagem simples e acessível a todos. Outro expediente de muita importância é
a propaganda pessoal, onde o político é apresentado como diferente dos demais.
Normalmente apresentado como uma espécie de salvador da pátria.
Contudo, na prática, o populista adota medidas autoritárias,
desrespeitando os outros poderes (Legislativo e Judiciário), também desacredita
os outros partidos políticos e ataca as instituições democráticas.
Normalmente o populismo está presente em momentos de grave crise
política ou econômica e, assim, surge como única alternativa capaz de superar a
crise.
O Início
do Populismo no Brasil
O fim da Grande Guerra e a derrota do totalitarismo alemão
e italiano marcou o desgaste das ditaduras no mundo todo. No Brasil não
foi diferente. O governo autoritário de Getúlio Vargas, no Estado Novo, já não
era mais aceito pelas elites industriais e pela burguesia urbana nacional.
Apesar do Movimento Queremista (Queremos Getúlio), Vargas foi deposto em 1945. Ao aceitar o Golpe que o depôs,
Getúlio passou a imagem de que era favorável a redemocratização do país. Essa
estratégia ajudaria a reconduzi-lo, em 1951, à presidência.
Em lugar de Vargas, Eurico Gaspar Dutra se tornou presidente do
país. O governo Dutra foi marcado pela Constituição democrática de 1946 e pela
realização da Copa do Mundo de 1950.
Já em 1951, como vimos anteriormente, Getúlio Vargas retornou à
presidência (“nos braços do povo” como gostava de afirmar). Entretanto, apesar
do apoio popular, o último capítulo da Era Vargas foi marcado pela
oposição vigorosa contra o presidente.
Após uma tentativa sem sucesso de assassinato ao jornalista Carlos
Lacerda (atentado da Rua Tonelero), inimigo declarado de Vargas, a situação se
tornou insustentável. Mesmo que não se tenha comprovado a participação de
Getúlio, o caso levou ao isolamento do presidente.
Com isso, em 24 de agosto de 1954, Vargas se suicidou com um tiro
no peito. Na carta testamento o presidente afirmou “Saio da vida para entrar na História”. Era o fim da Era
Vargas.
O governo JK: “Cinquenta anos em cinco”
Após um curto período em que Café Filho ficou na presidência,
Juscelino Kubitschek (JK) tomou posse para um governo bastante movimentado. O
Plano de Metas de JK tinha por slogan: “cinquenta
anos em cinco”, numa alusão de que o projeto para o país previa um
crescimento acelerado da economia e da indústria.
E foi exatamente na indústria que Kubitschek obteve maior êxito.
Ao abrir a economia nacional para o capital internacional, JK atraiu o
investimento de grandes empresas. Ford, Volkswagen, Willys e General Motors se
instalaram no sudeste brasileiro, especialmente no ABC paulista. Atraindo mão
de obra de praticamente todas as regiões do Brasil. Fato que fez aumentar o
êxodo rural (saída do homem do campo para as cidades) e a migração de
nordestinos e nortistas de suas regiões para as grandes cidades do sudeste.
Outro importante acontecimento do governo Kubitschek foi a
construção de Brasília e, a consequente, transferência da sede do poder
executivo e legislativo do Rio de Janeiro para a nova capital.
Apesar de muitos avanços, especialmente no aumento do número de
postos de emprego e da entrada de grandes investimentos de capital estrangeiro
no país, a verdade é que ao final do governo JK a dívida externa brasileira
havia praticamente duplicado.
O curto período Jânio Quadros
Em 1961, Jânio Quadros foi eleito presidente do Brasil. A campanha
janista foi bastante incomum. Durante a corrida eleitoral, Jânio se comportava
de forma bastante displicente, guardava sanduiches nos bolsos e se penteava na
frente da plateia. Sua promessa de campanha era “varrer” a corrupção do país,
por esse motivo, utilizava como símbolo uma vassourinha, objeto que era
distribuído como material eleitoral.
Contudo, ao assumir a presidência, mostrou-se controverso ao
proibir rinhas de galo, concurso de Miss e o uso de biquíni na praia.
Apesar de tudo isso, o governo Jânio teve seus méritos,
especialmente no que se refere à política externa. Afinal, a Política Externa
Independente (PEI) foi iniciada ainda durante o governo janista.
A Política Externa Independente garantia ao Brasil poder de
barganha tanto com países capitalistas quanto com países do Bloco Comunista.
Por esse motivo, durante seu governo o Brasil manteve aberto o diálogo com os
Estados Unidos, mas iniciou uma série de medidas de aproximação com Cuba (Che
Guevara foi recebido em Brasília, onde foi condecorado com a Ordem do Cruzeiro
do Sul), com a China (quando Jânio renunciou à presidência, seu vice, João
Goulart, estava em visita diplomática a esse país) e com a União Soviética,
todos comunistas.
Contudo, alegando que “Forças
terríveis se levantaram contra mim...”, Jânio renunciou no dia 21
de agosto de 1961.
Motivos da renúncia de Jânio Quadros à
presidência:
- O vice-presidente João Goulart não era “bem visto” pelo
Congresso Nacional e Forças Armadas. Jânio acreditava que sua renúncia não
seria aceita, principalmente para que Jango não assumisse a presidência;
- Devido à popularidade alcançada durante a campanha eleitoral,
Jânio acreditava que o povo não o deixaria renunciar. O ex-presidente esperava
por uma comoção popular em seu favor e, assim, fortalecer seu governo.
Contudo, Jânio Quadros estava errado e o Congresso Nacional
aceitou sua renúncia e o povo nada fez.
Após a renúncia de Jânio, o vice-presidente eleito, João Goulart é
o sucessor legal. Mas enfrenta forte oposição contra sua posse. Enfrentando até
uma tentativa frustrada de Golpe de Estado.
Como presidente, Jango manteve a Política Externa
Independente na ativa. Política que mesmo após o Golpe Civil-Militar de
1964 manteve-se como a principal política externa do país.
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