OS FRANCOS
E O IMPÉRIO DE CARLOS MAGNO
Por Marcos Faber
Carlos Magno, filho do rei Pepino*, herdou o trono dos
francos após a morte de seu pai, no ano 768. Por meio da guerra, o novo
monarca iniciou um período de conquistas de territórios. Foi durante o reinado
de Magno que o Reino dos Francos alcançou sua maior extensão territorial.
* Pepino, o Breve era filho do grande líder militar Carlos Martel, um dos maiores generais francos. Martel, avô de Magno, recebeu do Papa Gregório III o título de Herói da Cristandade (731).
No ano 773, Carlos Magno derrotou o rei da Lombardia (região ao norte da atual Itália). A vitória deu para Magno a coroa de ferro da Lombardia. Ainda no campo de batalha, o rei dos francos conquistou a Bavária e a Saxônia (na Europa central), tais conquistas tornaram o Reino dos Francos o maior império europeu desde o Roma.
As conquistas e a fama de Magno chegaram até Roma. Desta forma, no
natal do ano 800, Carlos Magno foi coroado imperador pelo papa Leão III. Este
feito deu origem ao Sacro Império Romano. A intenção da Igreja Católica (ao se
aliar aos francos) era reunificar a Europa debaixo de sua influência espiritual.
Conforme as tropas de Magno expandiam os territórios imperiais, a administração e a proteção se tornavam mais dispendiosas e caras. Para tornar a administração mais eficaz, Carlos Magno dividiu o território em condados, marcas e ducados (espécies de províncias). Cada uma das regiões passava a ser administrada por um aliado de confiança do imperador.
Os condados e os ducados eram administrados respectivamente por condes e duques. Já as marcas, regiões que literalmente “marcavam” as fronteiras do Império, eram administradas pelos marqueses, geralmente compostos por líderes militares. Nasciam assim os títulos de nobreza medievais.
Os administradores tinham poder quase que completo sobre as
regiões que governavam. Entretanto, Magno enviava representantes responsáveis
pela fiscalização dos territórios.
Outra medida que visava combater rebeliões nos condados foi a
adaptação das relações de vassalagem germânicas aos condados e marcas. Assim,
cada indivíduo estava ligado ao seu senhor por meio de juramentos de
dependência e fidelidade. Prática que se tornaria muito comum nos séculos
seguintes.
Mesmo não sendo a intenção original, o
fato é que os títulos de nobreza se tornaram hereditários. Mais importante do
que ser alguém, era ser filho de alguém importante (um fidalgo,
literalmente, o filho de alguém). Acima tirinha do cartunista Scabini
(quadrinhosdehistoria.com).
Também é importante destacar que Carlos Magno foi um grande investidor nas
áreas da arte e da educação. Por esse motivo, e governo de Magno ficou conhecido como o
Renascimento Carolíngio.
O reinado de Carlos Magno somente terminaria no ano 814, com a morte do imperador. Assim, Luís, filho de Magno, tornou-se o monarca. Porém, a mudança de comando levaria ao início de um gradual enfraquecimento do império.
No ano 843 foi assinado o Tratado de Verdum que estabelecia a
divisão do Sacro Império Romano entre os três filhos de Luís: Lotário, Carlos o
Calvo e Luís o Germânico.
A divisão favoreceu de vez a descentralização do poder. Com isso, os
nobres e os senhores locais (futuros senhores feudais) tiveram seu poder ampliado consideravelmente. Isso
tudo associado aos ataques dos povos nórdicos (os vikings) levou ao enfraquecimento do poder dos imperadores.
Retrato repleto de simbolismos. Carlos Magno segura na não direita uma espada como
símbolo de seu poder temporal (político) e na mão esquerda segura um globo com
uma cruz, numa representação de poder espiritual (religioso) sobre o mundo
cristão Ocidental. Tudo na pintura representa a aliança entre os francos e a
Igreja Católica.
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