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O HOMEM NA HISTÓRIA: A PRÉ-HISTÓRIA

 


O HOMEM NA HISTÓRIA: A PRÉ-HISTÓRIA

Por Marcos Faber
   A Pré-História ainda não foi completamente reconstruída, pois faltam muitos elementos que possam permitir que ela seja estudada de uma forma mais profunda. Isso ocorre devido à imensa distância que nos separa desse período, até porque muitas fontes históricas desapareceram pela ação do tempo e outras ainda não foram descobertas pelos estudiosos.

   Desta forma, os historiadores precisam da ajuda de outras ciências de investigação, como a arqueologia, que estuda as antiguidades, a antropologia, que estuda os homens, e a paleontologia, que estuda os fósseis dos seres humanos. Tais ciências estudam os restos deixados pelos seres humanos ao longo de suas existências. A cada nova descoberta, podem ocorrer mudanças no que se pensava anteriormente. Assim, podemos afirmar que a Pré-História está em constante processo de investigação.

Crânio de hominídio pré-histórico.

A Pré-História está dividida em 3 períodos:

Paleolítico (ou Idade da Pedra Lascada) que vai da origem do homem até aproximadamente 8.000 a.C., quando os humanos desenvolvem a agricultura, tornando-se sedentários.

Neolítico (ou Idade da Pedra Polida) que vai de 8.000 a.C. (quando ocorre a sedentarização do seres humanos) até aproximadamente 5.000 a.C., quando os humanos dominam a metalurgia.

Idade dos Metais que vai de aproximadamente 5.000 (domínio da metalurgia) até aproximadamente 3.500 a.C., quando os humanos dominam a escrita.

   Entretanto, é preciso destacar que os períodos descritos acima não ocorreram ao mesmo tempo em todas as regiões, já que umas desenvolveram-se mais precocemente do que outras.

Ferramentas produzidas com madeira, ossos e pedras.

   Foi no Neolítico que os humanos dominaram a agricultura, tornando-se sedentários. Foi com o domínio da agricultura, que os seres humanos passaram a se fixar próximo às margens de rios, locais onde teriam acesso à água potável e à terras mais férteis. Os rios garantiam a subsistência humana, já que forneciam a àgua necessária para o consumo da tribo (e dos animais domesticados) e, claro, para as lavouras.

   Também foi neste período, que a produção de alimentos, que antes era destinada apenas ao consumo imediato, tornou-se muito grande, levando os seres humanos à estocarem alimentos (estoque dos excedentes).



   Conseqüentemente a população começou a aumentar, pois agora havia alimentos para todos os integrantes da tribo. Assim, começaram a surgir as primeiras vilas que, com o passar do tempo, se tornaram em cidades. A vida dos humanos começava a deixar de ser simples para se tornar complexa. Sendo necessária a organização da sociedade que surgia.

   Para contabilizar a produção de alimentos (principalmente os excedentes), os humanos habilmente desenvolveram a escrita. No início, a escrita tinha função contábil, ou seja, servia para contar e controlar a produção dos alimentos.

   Em geral, se associa o inicio da História com a invenção da escrita, que ocorreu em aproximadamente no ano 3.500 a.C. na região da Mesopotâmia. Os registros escritos mais antigos que se conhecem foram descobertos na Mesopotâmia. Tratam-se de tabletes de argila com inscrições cuneiformes, ou seja, inscrições em forma de cunha (imagem abaixo).

Tablete com inscrição cuneiforme.

   As primeiras cidades surgiram quase que simultâneamente na Mesopotâmia e no Egito, onde os humanos passam a se organizar em sociedades. Nas cidades surgiu o comércio, no início o comércio era feito somente com os excedentes da produção, mas com o tempo passou-se a plantar visando o comércio. Nas cidades os homens passaram a ser classificados de acordo com suas funções (sacerdotes, agricultores, professores, pescadores, comerciantes, guerreiros, etc.). As diferentes funções (profissões) criaram diferenças sociais, já que uns tinham mais recursos (ou poder) do que os outros.

   Esta divisão do trabalho ocasionou na necessidade de se criarem leis. As leis serviam para controlar e justificar as diferenças sociais que passaram a existir. E para garantir o cumprimento das leis, os seres humanos se organizaram em cidades-Estado*, com a liderança sendo exercida, em geral, por um ancião ou por um chefe guerreiro.

   Com o tempo, as cidades-Estado* passaram por um processo de unificação, seja por motivo de guerras ou de alianças políticas. Surgindo, desta forma, os primeiros reis e reinos. Como aconteceu, por exemplo, com os reis na Mesopotâmia e os faraós no Egito.


*O termo cidade-Estado significa cidade independente, com governo próprio e autônomo, sendo comum, esta denominação, na antiguidade, principalmente na Grécia Antiga, tais como Tebas, Atenas e Esparta. Mais tarde as cidades-Estados e suas ligas, também vieram a fazer um papel importante na península Itálica. (Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cidade -Estado).


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